segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Comentário Devocional do Livro de Eclesiastes (1.12-18)

Graça, Paz e Alegria!

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12 Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém.
13 E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem.
14 Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão.
15 O que é torto não se pode endireitar; o que falta não se pode enumerar.
16 Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; na verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento.
17 E apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso era desejo vão.
18 Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o conhecimento aumenta a tristeza.

O autor do texto mais uma vez "se apresenta" como alguém que foi rei em Jerusalém. Talvez essa parte nos mostre que a parte do texto que teria realmente sido escrita por Salomão foi "encontrada" e um outro autor passa a ajustar o texto, quem sabe acrescentar alguma coisa da experiência que ele tinha sobre a vida de Salomão. Por que essa observação? Porque Salomão foi rei até morrer. Ele não teria escrito "fui rei" depois de morto, não é mesmo? O mesmo se daria com todos os outros reis, a não ser aquele que segue para o exílio babilônico, e sem a visão, complicando para escrever um texto. Como a sabedoria está ligada a Salomão e o autor do texto se preocupa em comentar sobre a sabedoria conquistada, é muito mais simples entender Salomão como autor da maior parte do texto e/ou aquele que passou o ensinamento para que outro escrevesse (no Mundo Antigo, algumas vezes isso acontecia: outra pessoa escrevia, mas como a ideia era de um personagem mais conhecido, a autoria era atribuída a esse personagem que iniciou a passagem de tal pensamento, mesmo que outro tenha escrito parte ou até mesmo todo o texto).

Pensando na Sabedoria e na observação das coisas que se faz enquanto estamos vivendo debaixo do sol, Salomão observa mais uma vez que tudo é vaidade. Se a vida se limita ao que temos aqui, mesmo que se tenha muito ou pouco, mesmo que se consiga ter algo mais depois de ter pouco ou que se mantenha o que tem, mesmo sendo pouco ou sendo muito, até mesmo em buscar mais sabedoria e entendimento, se tudo o que temos de esperança se resume no que temos nesse tempo debaixo do sol, tudo é vaidade, é simples demais, é busca sem sentido, ainda que pareça importante. Sempre lembrando que temos essa "chave de leitura" para o texto de Eclesiastes: Salomão observa como vaidade o que temos "debaixo do sol", o que temos nesta vida e se essa é a nossa única esperança, se não acreditamos que há algo mais depois deste tempo que temos por aqui, tudo é vaidade, cansaço, um simples fazer e desfazer...

Nessa busca pela sabedoria, podemos sim nos cansar! Não por ter o conhecimento, mas por ver que não há muito o que se fazer para ser diferente. Não no sentido que podemos ajudar outra pessoa em dificuldade, dar a mão, apoiar... Mas nesse sentido de esperança de vida mesmo. Se não há nada além o que se esperar, o que temos debaixo do sol é vaidade. E quem observa isso, nota que esse constante buscar por algo que pode nem ser ou nem acontecer, sente-se cansado, pois não há o que se possa fazer para mudar, acrescentar um centímetro ao tamanho ou um segundo ao tempo de vida, para completar algo que faltou ter ou fazer.


Por isso, nossa esperança precisa ir além! Entender que temos sim que fazer e viver cada situação que temos em nossa vida "debaixo do sol", mas não podemos ter nossa esperança nisso apenas! Pois como o tempo "debaixo do sol" pode acabar a qualquer momento, tendo ou não realizado o que queríamos, se essa for a nossa maior esperança, é algo vão. Precisamos lutar e viver cada situação de nossa vida, mas depositar a nossa esperança no Senhor. Se o Senhor nos permitir, faremos isso ou aquilo (como recomenda Tiago, no Novo Testamento) e, mesmo sem isso, a nossa maior esperança é no Senhor! Assim, essa questão que parece até depressiva de Eclesiastes muda de sentido! O autor avalia a esperança de quem tem nas coisas desta vida a maior esperança e expectativa. Nisso, tudo é vaidade. Não há nada de novo. Mas no Senhor, podemos esperar a melhor novidade, ter a maior esperança, e saber que temos Nele sempre o melhor! "Debaixo do sol" ou na eternidade!

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

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